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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Operadores levavam até R$ 500 mil nas meias, diz delator

O operador financeiro Cláudio Barbosa, conhecido como Tony, disse nesta terça-feira (26) que milhões em propina eram levados escondidos em meias a clientes no Rio de Janeiro. O dinheiro ficava em salas consideradas caixas-fortes.
A declaração foi feita durante depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, em inquérito decorrente da Operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato.
“Os portadores carregam dinheiro na perna. Eles não carregam em mochila. Eles têm essas meias Lupo, põem para cima, e ali cabe R$ 250 mil em cada perna, em notas de R$ 100 e R$ 50. Então ele sai andando normalmente, não chama atenção. Não está com uma mochila nem com uma mala. Um segurança ia ao lado e outro atrás. Isso são procedimentos normais”, disse Tony.
Este foi o 1º depoimento de Tony. O operador Vinícius Claret, mais conhecido pelo apelido Juca Bala, também falou a Bretas. Os dois são brasileiros e moravam há anos no Uruguai, trabalhando diretamente com Dario Messer, conhecido como o doleiro dos doleiros.
Em depoimento, Juca Bala disse saber que os valores que movimentava tinham origem ilegal. “A maioria de movimentos que tínhamos era dinheiro de campanhas”, disse.
O operador disse ainda que grande parte dos recursos que girava vinha da Odebrecht. “Eles começaram pequenos, mas depois aumentaram muito com o governo do PT, em uma escala muito grande”, afirmou.
Outros depoimentos
Além de Juca Bala e Tony, prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas o operador financeiro Enrico Machado. Ele é sócio de Dario Messer no banco EVG, criado para facilitar os negócios de compra e venda de moedas, servindo principalmente aos que precisavam remeter ou receber recursos de um país para outro.
Machado confirmou ao juiz que Messer, atualmente foragido, tem empresas no Panamá, Paraguai, Uruguai e Brasil.
“Existem 4 empresas imobiliárias em nome dele aqui no Brasil. Ele tem duas empresas no Paraguai. As empresas imobiliárias brasileiras têm contrapartes paraguaias, que têm contrapartes panamenhas e BVI [Ilhas Virgens Britânicas, em português]”, disse o operador.
Também foram interrogados os irmãos Chebar e a diretora comercial da joalheria H. Stern, Maria Luiz Trota. Ela reafirmou que negociou um total de R$ 6 milhões em 20 vendas de joias ao ex-governador Sérgio Cabral e à sua esposa Adriana Ancelmo.

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