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segunda-feira, 25 de junho de 2018

Da agricultura familiar para a sua mesa

Entre os setores econômicos que impulsionaram o crescimento de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco no ano passado, em relação a 2016, a agropecuária teve o maior destaque, com aumento de 19%. E o segmento da agricultura é responsável pelo desenvolvimento econômico em diversas cidades do interior do Estado. No levantamento do PIB, as lavouras temporárias cresceram 45,6% através do incremento na produção de milho, cana-de-açúcar e arroz. E esse resultado não é à toa. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são produzidos pela agricultura familiar.
No Brasil, o setor é responsável pela produção de 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz e 21% do trigo. E na semana em que se comemora o Dia Nacional da Agricultura Familiar, celebrado na próxima segunda-feira, é sempre importante lembrar da assistência ao segmento.
“A base alimentar do brasileiro é da agricultura familiar. Esse fato caracteriza a importância do setor, que produz a maior parte da farinha, feijão e mandioca do País, por exemplo”, registrou Albérico Rocha, diretor de Extensão Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária. Para ele, a agricultura é o que tem elevado o PIB brasileiro, o que gera renda e movimenta a economia.
Em Pernambuco, o segmento se torna presente em diversas regiões. O Estado conta com 275 mil estabelecimentos que se enquadram na agricultura familiar. A grande variedade de alimentos é o que promove o sustento dos proprietários do Sítio Canaã, localizado em Escada, Mata Sul de Pernambuco. O agricultor Joaquim Barreto, juntamente com sua esposa Maria Lúcia da Silva, plantam, colhem e comercializam a produção.
“Minha principal renda é a piscicultura (criação de peixes), que trabalho há 20 anos. Mas produzo vários outros alimentos, como macaxeira, batata-doce, cará, milho e jerimum”, contou Barreto, que tem o apoio diário da esposa. “Já trabalhei em roça, sei como funciona. Então aqui com meu marido eu fico muito no campo, cavo a terra, planto e limpo”, disse Maria Lúcia.
A partir da venda direta ao consumidor final, o agricultor sustenta a família com o que produz. “Algumas pessoas vêm direto na roça para comprar e também participo de uma feira para vender. Um peixe do tipo tilápia, por exemplo, é vendido a R$ 1. E com o dinheiro pago minhas despesas e gasto também com alimentos para os animais, máquinas e equipamentos”, contou Barreto.
E a experiência n
o campo foi capaz de gerar novos conhecimentos para o agricultor Jandelson Amâncio de Oliveira reaproveitar todos os materiais. “Tudo que se decompõe na propriedade a gente usa na lavoura, seja cinza de fogão a lenha, mato verde, esterco de gado. Meu filho Jandelson Junior prepara a ração para as galinhas e faz o capim para o gado”, contou Oliveira, que é dono do Engenho Crimeia, em Escada, junto com a esposa Fabricia Alves de Andrade e o filho. No estabelecimento, eles produzem mel, leite, hortaliças, galinha e ovos.
Segundo a família, a agricultura representa uma vida tranquila, apesar da rotina intensa. “Aqui eu tenho qualidade de vida, um clima mais de sossego. Eu mesmo faço meu horário de trabalho e minha renda. Além disso, eu levo meu produto direto para o cliente, fidelizando cada um deles. E a venda é feita com preço justo”, complementou Oliveira, ao complementar que ainda sente uma resistência de certa parcela da população.
“Ainda sinto um preconceito por parte da sociedade em comer saudável. Nossos alimentos orgânicos precisam ter um cuidado com mais tempo e muitas vezes as pessoas escolhem comer alimentos com químicos”, disse o agricultor, ao lembrar que a agricultura depende da natureza e do tempo.
Agricultura familiar
A Política Nacional de Agricultura Familiar é regida pela Lei 11.326/2006, que caracteriza o agricultor que possui propriedade de até quatro módulos rurais fiscais. “Esses módulos variam de região. Na Mata Sul, por exemplo, um módulo é de seis a 11 hectares de terra”, explicou Rocha. Além disso, a atividade deve ter mão de obra da própria família e renda vinculada ao estabelecimento.

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