Um advogado trabalhista foi executado diante da filha de 1 ano e 6 meses, na tarde dessa quinta-feira (12), em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. A morte de André Ambrósio Ribeiro, 46 anos, ocorrida no Loteamento Itamaraty, por volta das 17h, foi registrada por uma câmera de segurança.
Nas imagens, é
possível ver a vítima estacionando o carro na casa da ex-esposa, retirando a
criança do banco de trás e a abraçando, enquanto a babá também desce do
veículo. Com a menina nos braços, o advogado é abordado por um homem empunhando
uma arma. Em seguida, ele entrega a filha nos braços da babá e ajoelha-se,
calmamente, na calçada. No chão, com a filha ainda nas proximidades, André é
atingido por cinco disparos de arma de fogo.
O suspeito do
crime, usando um boné preto e uma camisa branca, fugiu. Com ferimentos na nuca
e no rosto, o advogado morreu no local.
Investigação
O delegado Márcio
Martins, da 20° Delegacia de Homicídios de Caruaru, diz que, inicialmente, a
vítima teria pensado que se tratava de um assalto. “Segundo uma testemunha, o
suspeito se aproximou anunciando um assalto. A vítima pediu calma, entregou a
criança para a mulher e foi se abaixando, dizendo que podia levar dinheiro e o
carro. Neste momento, o indivíduo acabou executando o advogado”, explicou.
O delegado afirmou,
na noite de ontem, que ainda não havia uma linha de investigação para o crime.
“Vamos analisar a vida dele, saber se tinha inimigos. A pessoa que veio
executá-lo já sabia que ele estaria nesse local, nesse horário, que teria vindo
do Recife para Caruaru visitar a filha.”
O perito Cleomarcio
Miguel descartou a possibilidade de latrocínio (roubo seguido de morte). “Com a
vítima, além dos pertences, havia pouco mais de R$ 1 mil, caracterizando que o
crime não pode jamais ter sido latrocínio, mas execução sumária” destacou.
O advogado estava
morando no Recife e havia se separado da mulher há pouco tempo. Ele pretendia
voltar para a capital após deixar a filha com a mãe.
Na noite de
quinta-feira (12), por telefone, o presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, disse
estar indignado com o crime. “Foi chocante, execução em via pública. Uma cena
que lembra a ação do Estado Islâmico, a pessoa ser obrigada a se ajoelhar para
ser sumariamente executada.”
Segundo ele, a
Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da instituição vai acompanhar
as investigações do caso. “Vamos verificar se há ligação com a atividade
profissional exercida, sendo confirmado, aumentará nossa perplexidade com o
crime”.
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