A pré-candidata ao governo do Estado pelo PT, Marília Arraes, disse ontem (16), que o governador Paulo Câmara (PT) deseja fazer “oportunismo” com o apoio do ex-presidente Lula (PT) “para salvar o governo ruim que ele faz”. A entrevista foi transmitida pelo Brasil 247, de São Paulo.
Ao ser questionada sobre a continuidade da sua candidatura, Marília respondeu que “o que não pode é um outro partido – que queira fazer parte dessa unidade – fazer isso mediante pressão, verdadeira chantagem”. Ela estava se referindo às negociações entre o PSB e o PT nas quais os socialistas locais desejam apoiar Lula para presidente desde que os petistas retirem a pré-candidatura de Marília.
A vereadora criticou os dois principais grupos que serão seus concorrentes na próxima eleição e se colocou como a que sempre esteve ao lado do ex-presidente Lula e também citou o avô, Miguel Arraes, outro grande chamariz de votos no Estado. “Tem um candidato da oposição, que votou contra o impeachment, foi ministro (do PT), ficou ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), mas para viabilizar a sua candidatura se uniu com a base de sustentação de Temer”, alfinetou, se referindo a Frente das Oposições que tem como pré-candidato a governador, Armando Monteiro Neto (PTB) com o apoio de políticos que apoiaram o impeachment, como Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Fernando Bezerra Coelho (MDB).
“A base de Temer está dividida em Pernambuco entre os que assumem terem participado desse processo (o de impeachment) e os que querem surfar na popularidade de Lula”, disse Marília. O PSB foi a favor do impeachment.
A petista afirmou que a sua pré-candidatura é “uma realidade consumada”, que há resistências internas no próprio PT, mas conta com o apoio de alguns petistas históricos, como Fernando Ferro, Teresa Leitão, Jaime Amorim (do MST) e João Pedro Stedile.
Ela também falou que Pernambuco vive um “marasmo” atualmente com 1,5 mil obras paradas e R$ 12 bilhões de dívidas consolidadas com uma capacidade de investimento que corresponde à metade do que vem sendo investido por outros Estados do Nordeste, como a Bahia, o Ceará e o Maranhão.
Através da sua assessoria de imprensa, o Palácio do Campo das Princesas informou que não iria se posicionar sobre a entrevista de Marília Arraes.
O pré-candidato ao governo do Estado pela Frente das Oposições, senador Armando Monteiro Neto, disse “não ter condições de avaliar a estratégia de Marília. O debate vai se dar sobre as questões de Pernambuco”.
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