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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Caravana ‘Semiárido contra a fome’ cortará o país até Curitiba

Dez milhões. Esse é o número de pessoas vivendo em extrema pobreza no Brasil. Os dados que compõem um relatório elaborado por 20 organizações, dentre os quais o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e o ActionAid, alertam para o aumento da miséria no país e serve de base para a Caravana ‘Semiárido Contra a Fome’, que, a partir desta sexta-feira (27) sairá do Sertão de Pernambuco em direção a Curitiba (PR), alertando sobre a volta do Brasil ao Mapa da Fome das Nações Unidas.
A caravana é uma iniciativa de diversas organizações do semiárido brasileiro. O técnico em agropecuária, coordenador geral do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) de Juazeiro (BA) e representante da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Cícero Félix, explica que o objetivo da mobilização é promover o debate entre os brasileiros e consequentemente ser pauta nas eleições de outubro.
“A questão da fome no Brasil é grave e deve ser tratada de forma séria. Em 2014, quando saímos do Mapa Mundial da Fome, o país tinha 5,1 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. Em dias atuais, já quase dobramos isso”, afirma. “Então, a partir dessa caravana, nós queremos pautar a sociedade brasileira, no sentido de discutir essa questão, ao mesmo tempo em que usaremos as redes sociais, meios de comunicação populares e documentos para colocar o tema na mesa dos candidatos à Presidência da República, dos governos estaduais e dos parlamentos estaduais”, completa.
Cícero conta que a grande passeata percorrerá mais de 2,9 mil quilômetros, do Interior pernambucano até a capital paranaense, com uma parada final em Brasília, marcada para o dia 5 de agosto.
Relatório da fome
No relatório apresentado pelas 20 ONGs, pesquisadores e especialistas traçam uma combinação de fatores que podem ter contribuído para a volta desse velho fantasma. Segundo o documento, a alta do desemprego, o corte de beneficiários do Bolsa Família e o congelamento de gastos públicos foram decisivos para o retorno da população à situação de vulnerabilidade extrema. Para o coordenador geral do IRPAA, a única maneira de o país novamente se preocupar com as pessoas de renda baixa, estancando seu retrocesso socioeconômico, “é ter um governo legítimo que volte a colocar os mais pobres nos cálculos do orçamento público do estado, criando programas e reativando aqueles que foram exemplos, como o Fome Zero, PNAE, PAA, PAC e Bolsa Família”, diz.
O Núcleo Diretivo do Fórum do Território do Sertão do São Francisco, IRPAA e outras entidades – a exemplo de Via Campesina, Frente Brasil Popular e organizações ligadas ao sindicalismo no país – têm divulgado a caravana, convocando a população a integrar o movimento
Fonte: CLAS Comunicação

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