O
novo ministro do Trabalho, Caio Vieira de Mello, suspendeu todos os
procedimentos de análise e as publicações relativas a processo de registro
sindical na pasta pelo prazo de 90 dias. O ato, um dos primeiros do advogado
mineiro no cargo, está publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta
quinta-feira (12). A medida não atinge processos que devem ser cumpridos por
determinação judicial.
Caio
Vieira de Mello assumiu o comando do Trabalho na última terça-feira, em
substituição a Helton Yomura, afastado do cargo na semana passada depois de ter
sido alvo na 3ª fase da Operação Registro Espúrio da Polícia Federal. A ação
aprofunda investigações sobre suposta concessão fraudulentas de registros
sindicais no Ministério do Trabalho. Yomura representava o PTB no governo.
No
dia da posse, o novo ministro sinalizou que faria mudanças na pasta depois das
investigações realizadas pela PF. Questionado por jornalistas se poderia fazer
uma “limpa” no Ministério, Mello respondeu com outra pergunta: “A senhora não
faria?”. “O que for necessário, será feito”, afirmou ele, acrescentando que vai
“fazer um exame apurado de todas as situações”.
No
mês passado, a Secretaria de Relações do Trabalho do Ministério já havia
determinado a suspensão, pelo prazo de 90 dias, da emissão de mais de 180
certidões sindicais, também com o objetivo de apurar
possíveis
irregularidades.
A
Operação Registro Espúrio, que obrigou o Ministério do Trabalho a fazer esse
pente-fino nos processos, foi deflagrada no fim de maio. Além de Yomura, também
são alvo da operação, em diferentes fases, o ex-deputado e presidente nacional
do PTB, Roberto Jefferson, pivô do escândalo do mensalão do PT, e os deputados
Jovair Arantes (PTB), Paulinho da Força (Solidariedade), Wilson Filho (PTB) e
Nelson Marquezelli (PTB). A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de
Jefferson, também é investigada na ação da PF.
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