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sexta-feira, 4 de maio de 2018

PT pode ser mais um partido a pleitear a Paulo Câmara vaga ao Senado

Com duas vagas ao Senado e já cobrado por quatro partidos, o governador Paulo Câmara (PSB) pode ter que negociar com mais uma sigla caso o PT feche posição pela aliança com os socialistas. Em carta entregue a nomes da direção nacional que estiveram nesta quinta-feira (03) no Recife, para discutir o cenário eleitoral, o vice-presidente do Partido dos Trabalhadores de Pernambuco, Oscar Barreto, defendeu o apoio aos socialistas. Em troca de incluir a legenda de Lula na campanha, porém, quer pleitear espaço na chapa majoritária para o senador Humberto Costa, para que ele tente reeleição.
Barreto rasgou seda para o aliado e disse que ele “é o melhor senador que o PT tem no Brasil, sem querer diminuir ninguém. “Humberto desempenhou nesses oito anos de Senado papel fundamental, tem demonstrado muita fibra. Esse mandato é prioridade”, elogiou.
Hoje, uma das vagas ao Senado é dada como certa para o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB). A outra é alvo de interesses do PP, do PSC e do PCdoB.
Partido com o terceiro maior tempo de televisão na campanha por causa do tamanho da bancada na Câmara dos Deputados, a sigla de Eduardo da Fonte ganhou espaço no governo desde o ano passado. O parlamentar, hoje deputado federal, busca disputar o Senado. Uma possível vaga na majoritária também poderia ficar com o deputado estadual Pastor Cleiton Collins.
Outro partido que cobra de Paulo Câmara uma posição sobre a chapa é o PSC, de André Ferreira. Dizendo-se pré-candidato ao Senado dos evangélicos, ele exige a vaga para se manter na base do governo e não aceita cargos em troca. Além disso, mantém boa relação com as lideranças da oposição Pernambuco Quer Mudar.
O PCdoB pediu uma colocação na majoritária para a deputada federal Luciana Santos, mas também poderia ser entregue ao ex-prefeito do Recife João Paulo, que trocou de partido com a indefinição no PT.
Carta em momento estratégico
O documento assinado pela ala de Oscar Barreto foi entregue aos representantes da direção nacional, Marcio Macedo, vice-presidente nacional; Paulo Teixeira, segundo vice-presidente; e Ivan Alex Lima, secretário de movimentos populares. Antes disso, o próprio dirigente havia dado declarações à imprensa defendendo a aliança, o que minaria a candidatura da vereadora do Recife Marília Arraes.
Oscar Barreto afirma que a prisão do ex-presidente Lula mudou o cenário político em relação ao ano passado, quando o partido decidiu ter candidatura própria. “É fundamental entendermos que uma tese política pode ter validade para uma conjuntura agora e pode não ter para outra conjuntura”, defendeu após a reunião. “Agora, o objetivo político está sendo deixado de lado e as pessoas, sem olhar a realidade da sociedade e da política, trabalham como se fossem um relógio parado na parede, que só de dar hora certa duas vezes por dia fica satisfeito. Nós não vamos governar esse País e promover o retorno dos direitos dos trabalhadores somente com um punhado de eleitores”.
Dividido desde o ano passado entre o PSB e a candidatura própria, o PT marcou para 12 de maio um congresso para definir um nome. Apesar disso, petistas ponderam que, mesmo que um candidato seja escolhido – além de Marília Arraes, foram inscritos o deputado estadual Odacy Amorim e o militante José de Oliveira -, a executiva nacional precisa homologar o resultado e pode intervir pela aliança.
“Tanto a defesa da candidatura própria, quanto à defesa de alianças são legítimas. O PT tem que debater os vários cenários legítimos. Mas tenho dito que as articulações com vistas à uma aliança se dão pela direção nacional e não só com PSB, mas com outros partidos de esquerda”, afirma o presidente estadual da legenda, Bruno Ribeiro.
Procurada, a assessoria de Marília Arraes afirmou que a vereadora estava em reunião não falou até o momento.

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