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sábado, 19 de maio de 2018

Chefe do tráfico em comunidade na Praça Seca é morto em operação das Forças Armadas e polícias do RJ



Foi morto pela polícia um dos criminosos que chefiava o tráfico do Morro da Barão (São José Operário), na Praça Seca. Sérgio Luiz da Silva, conhecido como Da Rússia, foi baleado durante operação da polícia e das Forças Armadas na manhã deste sábado (19).
Da Rússia estava foragido há aproximadamente dois anos, quando foi apontado como um dos responsáveis pelo estupro coletivo de uma menor de idade, em 2016.
Devido ao cerco nas comunidades da Praça Seca, a polícia informou que criminosos tentaram fugir por uma área de mata para o Conjunto de Favelas do Lins, na Zona Norte. Lá, no entanto, foram recebidos por policiais de unidades de polícia pacificadora que também atuavam no local.
Por causa do deslocamento de criminosos entre as comunidades, a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá chegou a ser interditada ao trânsito. Além dessa troca de tiros, as polícias do RJ também tiveram confronto com criminosos da Cidade de Deus, na Zona Oeste.
Investigadores indicam que Da Rússia era o homem forte da guerra na Praça Seca e braço direito de Luiz Cláudia Machado, o Marreta.
 

Na ação deste sábado, ao menos outros seis suspeitos foram mortos em tiroteio com policiais. Ao todo, 22 suspeitos foram presos e três menores apreendidos. Também foram recolhidos pelos agentes cinco fuzis, duas granadas, drogas, celulares e radiotransmissores.
O porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Carlos Cinelli, informou que nenhuma das mortes ocorreu em confronto com homens do Exército.
Além do São José Operário, os agentes também atuaram nas comunidade Bateau Mouche, Caixa D'Água, Chacrinha, Mato Alto, Covanca e Pendura-Saia, todas na região da Praça Seca.
Atualmente, a região é considerada uma das mais violentas do Rio. Segundo o aplicativo Fogo Cruzado, foram registrados mais de 120 tiroteios na Praça Seca desde o início do ano. Os moradores da região sofrem com constantes confrontos entre traficantes e milicianos.
Da Rússia já espacou de outras ações da polícia. Em junho de 2015, por exemplo, houve uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Comunidade da Covanca, na o acusado também era indicado como o chefe do tráfico.
Naquela época, seis pessoas morreram e cerca de R$ 15 milhões do tráfico que estavam escondidos em tonéis desapareceram.
A PM abriu uma investigação, fez buscas em armários dentro do próprio Bope, mas nunca chegou a uma conclusão do que realmente aconteceu naquela operação. Na época, Da Rússia escapou.
Segundo a polícia, nesta sexta (18), os agentes chegaram nas comunidades da Praça Seca por volta das 17h e houve trocas de tiros.

Às 23h, o Exército efetuou um cerco em toda a região e durante a madrugada as tropas começaram a entrar nas comunidades. Muitos conseguiram fugir pela mata para o Lins, na Zona Norte, e foram pegos em comunidades da região na manhã deste sábado.
Segundo o coronel Carlos Cinelli, dois fuzis foram encontrados na mata próxima à comunidade Bateau Mouche, provavelmente durante uma fuga dos criminosos pela mata da comunidade, no início dessa manhã.
Ao todo, até o mesmo horário, quatro fuzis tinham sido apreendidos, duas granadas e três barricadas removidas.
 Conforme informações do Gabinete de Intervenção, a Polícia Militar fez bloqueios em vias de acesso às comunidades e deu apoio às ações de "estabilização dinâmica", enquanto "a Polícia Civil realiza a checagem de antecedentes criminais e cumprirá mandados judiciais, condicionada às restrições constitucionais à inviolabilidade do lar".
Ao todo, 2.800 militares das Forças Armadas, 300 policiais militares e 240 policiais civis, com apoio de meios blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia, participam da ação.
Ainda de acordo com as forças de segurança, 150 mil moradores serão beneficiados direta e indiretamente com a ação.

Caçado pela polícia há anos, Da Rússia gostava de ser chamado de "Lobo Mau". Chefe de um vasto comércio de drogas e armas, e protagonista de uma sangrenta guerra contra facções rivais, o traficante era obcecado por armar sua quadrilha para conquistar territórios na cidade.
Devido à pele clara, as investigações indicam que o traficante trabalhava sempre à noite e durante a madrugada. Por volta das 4h30, protegido por dezenas de seguranças, o chefão costumava se embrenhar na mata cerrada, uma extensão da Floresta da Tijuca.
Apenas os bandidos mais próximos sabiam onde ele ia dormir. Era comum que na mata houvesse barracas, um ou outro casebre de alvenaria, geradores e fogões improvisados.







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