Caminhoneiros autônomos farão paralisação nacional, a partir de 6h desta segunda-feira (21), contra os impostos sobre o óleo diesel. O ato foi convocado pela associação que representa cerca de 700 mil profissionais da categoria. No Distrito Federal, a adesão ao movimento está confirmada. Avisos de bloqueios de vias se espalham pela capital, mas o sindicato desmente que a intenção seja causar transtornos.
O protesto é encabeçado pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que tem 600 sindicatos e sete federações filiadas. O grupo defende que o aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos tornou a situação insustentável. Eles aguardaram, até sexta-feira, uma posição do governo, que não veio.
“Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis, realizada pela Petrobrás, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, defende o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes.
DF vai parar?
Pelas redes sociais, a ameaça é que vias serão fechadas. “Segunda-feira o DF vai parar”, diz o aviso replicado sem parar em grupos e linhas do tempo. A promessa é que as pistas mais movimentadas sejam bloqueadas: Estradas Parque Taguatinga (EPTG), Guará (EPGU) e Indústria e Abastecimento (EPIA), a Estrutural, a descida do Colorado e até a Ponte JK.
No entanto, a entidade nacional orienta que a paralisação seja feita sem transtornos: “Pedimos que todos os caminhoneiros deste país façam a paralisação em suas casas, ou em postos de abastecimento, sempre de forma pacífica e sem prejudicar o direito de ir e vir de outros condutores. Não apoiamos atos de violência, agressões, barricadas nas rodovias ou atos de depredação de patrimônio público”. Não há confirmação de interrupção de trajetos por parte do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Distrito Federal.
Até 14h deste domingo (20), a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social não havia sido comunicada oficialmente sobre a realização de manifestação. “No entanto, a pasta monitora a movimentação de possíveis atos. Caso hajam, as forças de segurança estão preparadas para atuar na manutenção da ordem pública e na segurança da cidade”, informou a pasta, em nota.
Reivindicações
– Redução da carga tributária incidente sobre operações com óleo diesel a zero. Hoje, são incluídas as alíquotas da contribuição para PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre a receita bruta de venda no mercado interno;
– Isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), incidente sobre a receita bruta de venda no mercado interno de óleo diesel.
Memória
Em 10 de maio, caminhoneiros fizeram carreata até o Estádio Nacional Mane Garrincha pela Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia). Segundo a Polícia Militar, mais de 70 caminhões fizeram o trajeto, que gerou lentidão em toda a Saída Norte. Na época, além dos preços do diesel, o grupo protestava contra resolução Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que torna obrigatório um dispositivo de segurança para evitar acionamento da caçamba.
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