O vice-presidente Corporativo afastado da Caixa, Antônio Carlos Ferreira, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que a presidente Dilma Rousseff e o então ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, buscavam um profissional com perfil ético e técnico para o referido cargo.
Ferreira afirmou que conheceu Mercadante em uma reunião no primeiro semestre de 2015 e que, na ocasião, o ex-ministro defendeu que “o governo precisava de executivos e profissionais iguais a você, que tem coragem de fazer enfrentamento dentro da ética. Não está fácil de te manter, mas vamos trabalhar para te manter porque a presidenta Dilma quer te manter porque ela já está sabendo do seu enfrentamento com deputado. Ele é presidente da Câmara e não está fácil, mas vamos buscar um caminho”.
Ferreira relata na entrevista que, quando do encontro com Mercadante, vinha sofrendo pressão do então líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha, para atender demandas de conteúdo não republicano e antiético. “Ele disse que precisava de três coisas minhas. Eu não o conhecia e ele chega com essas demandas truculentas levianas. Primeiro: eu precisaria exonerar o diretor da área corporativa. Eu falei que não. Não sei por que pedir exoneração de um profissional de carreira competente ético com histórico de resultados fantásticos”, afirma.
Em um segundo encontro Mercadante, o ex-ministro disse que “estamos procurando apoio político. Eu sei que você é um profissional de carreira técnico nós precisamos de profissionais assim que tem coragem de enfrentar, mas que tem apoio político”.
Segundo o vice-presidente afastado da Caixa foi aí que entrou o PRB nessa história: dar condições políticas, mas sem nenhuma exigência. De acordo com Ferreira, Mercadante disse: “nós já sabemos de tudo e nós queremos exatamente dessa forma, quando o partido pedir alguma coisa você, você liga pra gente, além de negar, e diz pra a gente tomar decisões”.
O relato do vice-presidente da Caixa reafirma o papel decisivo do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na articulação golpista que culminou no afastamento da presidenta Dilma sem ter cometido crime de responsabilidade. Por diversas ocasiões, membros do governo Dilma afirmaram que Eduardo Cunha teria aberto o processo do golpe por vingança, em razão da presidenta não ter atendido aos interesses não republicanos do ex-deputado.
Fonte/ (247)
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