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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Milhares de voluntários juntos para encontrar sobreviventes no México

A Televisa tem seguido a tentativa dramática de alcançar uma criança, soterrada nos escombros de uma escola e de quem se vê uma mão. 

Pelo menos outras 21 crianças entre os sete e os 13 anos, além de cinco adultos, morreram no desabamento da escola Enrique Rebsamen, na Cidade do México. Há ainda dezenas de desaparecidos e os esforços para os recuperar duram há quase 24 horas, com a esperança de encontrar sobreviventes.

Centenas de vizinhos e de membros das equipas de emergência passaram a noite entre os destroços, tendo resgatado três sobreviventes cerca da meia-noite. Os nomes dos resgatados são anunciados com megafones, para que as famílias se possam reunir com eles.

Às primeiras horas de quarta-feira um professor e dois alunos enviaram mensagens de texto de entre os escombros.

A angústia dos pais é palpável. "Continuam a retirar miúdos, mas não sabemos nada da minha filha", disse Adriana D'Fargo, de 32 anos, olhos vermelhos, à espera há várias horas por notícias da filha, de sete anos.
Críticas à Proteção Civil
Em todo o país há centenas de edifícios em escombros, destruídos pelo pior sismo dos últimos 20 anos, duas semanas depois de um abalo de 8.1 que fez quase 100 mortos.Só na capital, o sismo matou pelo menos 94 pessoas. No Estado de Morelos, a sul, morreram 71 pessoas e centenas de casas foram destruídas. Em Puebla contam-se 43 mortos.

Outras 17 pessoas perderam a vida nos estados do Mexico, Guerrero e Oaxaca. O governador do estado de Morelos declarou cinco dias de luto.

A cidade de Jujutla, em Morelos, vai ter de ser parcialmente reconstruída.

O sismo fez estragos até nos bairros mais afluentes da Cidade do México, construída no leito de um lago seco e cuja base de rocha é desigual. Em Condesa e em Roma, vários edifícios mais antigos colapsaram.

Milhares de pessoas passaram a noite nas ruas, ao relento, temendo réplicas - já foram registadas mais de 20 - e o seu efeito nos edifícios afetados. Os serviços de emergência e de socorro, apoiados por centenas de voluntários, estão a distribuir alimentos, água e cobertores em centros instalados em tendas.

A Venezuela, o Panama, Israel e o Chile enviaram equipas de emergência especializadas no socorro após sismos.

Milhares de pessoas, entre voluntários, bombeiros e soldados, juntaram-se no esforço de encontrar sobreviventes, formando cadeias humanas à luz de holofotes improvisados, usando martelos e picaretas para afastar o entulho. A dada camada removida faz-se silêncio para tentar ouvir apelos ou gritos de quem possa ainda estar vivo.

Alguns voluntários criticam a desorganização entre os serviços de emergência militares e da Proteção Civil, que disputam entre si a liderança dos esforços de socorro.

"Há tanta burocracia e tantos obstáculos no esforço de tentar tirar vivos estes miúdos", lamentou Alfredo Perez, de 52 anos, um engenheiro civil que chegou de madrugada à escola Enrique Rebsamen, para ajudar.
Vulcão ativo
No Estado de Puebla, onde se localizou o epicentro, caíram também várias igrejas da era colonial.

Nas encostas do vulcão Popocatepetl, que entrou em erupção ao mesmo tempo do sismo, uma igreja ruiu durante uma missa, matando 15 pessoas, revelou o governador de Puebla, Jose Antonio Gali.

O Papa Francisco enviou as suas condolências às vitimas e disse que rezava pelo México, um país fortemente católico. "Neste momento de dor, quero exprimir a minha proximidade e orações por todo o amado povo mexicano", afirmou.

O Presidente dos Estados Unidos esteve ao telefone durante bastante tempo com o Presidente Henrique Peña Nieto, afirmou a Casa Branca, depois de Trump se ter solidarizado com o país, na rede social Twitter, ontem à noite.

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