Um projeto sustentável da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Regina Pacis, localizada em Santa Cruz da Baixa Verde, Sertão do Estado, está mudando a vida dos moradores da Zona Rural do município. Professores e estudantes criaram um biodigestor artesanal na escola e estão inspirando famílias da região. O equipamento foi apresentado à comunidade no mês de agosto, durante uma mostra de ciências.
A ideia surgiu da professora de história e geografia da escola, Kilma Diniz. Ao notar o aumento no preço do gás de cozinha, ela pensou em uma alternativa sustentável e econômica para as famílias dos estudantes. “Foi quando olhei dicas na internet de como fazer um biodigestor com materiais que normalmente temos em casa”, conta. Em maio deste ano, o projeto foi apresentado à professora de biologia, Valcilene de Souza, que convocou estudantes e tirou o plano do papel e o colocou na prática.
Cerca de 10 estudantes participaram da criação do projeto, que atualmente está em fase de experimentos no terreno da escola. Para que tudo isso acontecesse, o grupo construiu um tanque de concreto - que serve para colocar excrementos de animais e restos de comida – ligado por cano a uma caixa d’água, onde fica retido todo o gás dessa decomposição. Esse gás pode ser utilizado para alimentar um gerador, aquecedor e preparar alimentos por meio do fogão. O resíduo líquido final desse processo serve como adubo para a horta da escola.
“Para que tudo ocorra com segurança durante os experimentos, nós contamos sempre com a presença dos alunos que fizeram curso no Corpo de Bombeiros”, detalha Valcilene. Ainda segundo ela, o custo total do biodigestor artesanal foi de aproximadamente R$ 200,00. A potência dele ainda é fraca, não dá para abastecer o fogão utilizado no preparo das merendas, mas toda a comunidade escolar está engajada para aprimorar o equipamento. “É um valor acessível para as famílias da zona rural. Se a gente for comparar com toda a estrutura e mão de obra profissional, duzentos reais é muito baixo”, completa.
O biodigestor foi apresentado na IV Expobio - feira de ciências da escola - para as unidades de ensino do entorno e moradores, e até o momento duas famílias já construíram o equipamento em suas casas. “É uma grande experiência profissional e educativa que está mudando vidas e mostrando aos alunos uma forma alternativa de se conseguir biogás”, acredita Valcilene.
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