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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Pesqueira começa a receber água do Rio São Francisco

Os moradores do município de Pesqueira, no Agreste, acordaram a água do Rio São Francisco, que começou a chegar à Estação de Tratamento de Água (ETA) da cidade e já está sendo distribuída nos bairros do Centenário, Prado e Centro, as primeiras localidades atendidas pela integração no novo sistema mediante a interligação das Adutoras Moxotó e Agreste.
A chegada das águas ao município de Pesqueira marca um momento para os 65 mil habitantes e será a solução para o abastecimento. De acordo com a Compesa, as barragens de Santana, Pedra D’Água e Afetos entraram em colapso no fim de setembro deste ano, deixando a cidade em colapso.
O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento, Roberto Tavares, disse que o empreendimento beneficiará dez municípios da região.
“Essa foi uma obra hídrica prioritária do governador Paulo Câmara, que acompanhou todas as etapas do empreendimento e representa a capacidade que o Governo de Pernambuco teve se interligar sistemas e fazê-los funcionar, apesar das obras da transposição não terem sido concluídas pelo Governo Federal”, afirmou o presidente.
A obra de interligação da Adutora do Moxotó à Adutora do Agreste foi uma alternativa encontrada para viabilizar o atendimento da população com água do Rio São Francisco, sem a conclusão do Ramal do Agreste, componente essencial para o pleno funcionamento da Adutora do Agreste, o maior empreendimento hídrico e que salvará 68 cidades e 80 localidades do Agreste da seca.
A água que chegou a Pesqueira vem de Floresta, da captação da barragem de Itaparica, percorre 160 quilômetros até Rio da Barra, em Sertânia, e mais outros 120 quilômetros passando pelas adutoras do Moxotó e do Agreste.
Por causa dessa complexidade, os testes do novo sistema duraram mais de um mês.
“Surgiram vazamentos, fomos consertando, percorrendo pacientemente os trechos da antiga e novas adutoras, até chegarmos a esse dia histórico para Pesqueira, com a água disponível nas torneiras”, disse o presidente da Compesa, Roberto Tavares.
Segundo a companhia, houve um aumento de 73% na oferta de água para o município. A vazão passou de 45 litros de água por segundo (essa era a vazão dos sistemas que entraram em colapso) para 78 litros por segundo.
“Esses 33 litros por segundo farão a diferença. Nesse início, como a cidade estava em colapso, o consumo deve ser alto, mas a tendência é normalizar e conseguirmos abastecer de maneira satisfatória Pesqueira apenas com a água do Rio São Francisco”, afirmou Tavares.
Pesqueira é a terceira cidade do Estado a receber água da Transposição do Rio São Francisco. A primeira foi Sertânia e, em setembro, a água chegou a Arcoverde.
A população de Alagoinha, também localizada no Agreste, será atendida com a água que está chegando a Pesqueira. Os técnicos estimam um prazo de 30 dias para que ocorra o equilíbrio no novo sistema e que a água chegue com regularidade nas cidades de Pesqueira e Alagoinha.
“Esse período de ajustes é normal quando do início de qualquer operação de um novo sistema”, antecipa Roberto Tavares, que pede a compreensão da população para essa fase.
Outros municípios receberão água do Rio São Francisco, beneficiados pela interligação da Adutora do Moxotó com a Adutora do Agreste. São Venturosa, Pedra, Belo Jardim, Sanharó, Tacaimbó, São Bento do Una e São Caetano, beneficiando, ao todo, 400 mil pessoas. O empreendimento é a primeira ligação do Eixo-Leste da Transposição do Rio São Francisco com o Agreste pernambucano e conta com um investimento de R$ 85 milhões.

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