O deputado Jorge Picciani (PMDB), presidente da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), chegou ao Aeroporto Santos
Dumont, no Centro do Rio, por volta das 8h desta terça-feira (14), e foi levado
por agentes para prestar depoimento na sede da Polícia Federal (PF).
Picciani é alvo da Operação Cadeia Velha, que também prendeu o filho dele, Felipe Picciani, que
tinha acabado de deixar o pai no aeroporto de Uberlândia, em Minas Gerais, no
início desta manhã.
Foram presos ainda na mesma operação o empresário
Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes
de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) Lélis Teixeira.
Jorge Picciani é suspeito de receber propina da
Fetranspor, em um esquema de corrupção no setor que envolveria políticos. Ele
já tinha sido levado para prestar depoimento à PF em março, na Operação Quinto do Ouro, que prendeu 5 dos 7
conselheiros do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ).
Em nota, o presidente da Alerj disse que "em
toda a carreira jamais recebeu qualquer vantagem" e que a prisão do filho é "uma covardia" feita para
atingi-lo.
A Operação Cadeia Velha, que mira a cúpula da
Alerj, e é um desdobramento da Lava Jato e foi desencadeada a partir das
investigações da Operação Ponto Final.
Segundo a PF, as empresas de ônibus colocavam
dinheiro em uma "caixinha", destinada ao pagamento de propina a
políticos para aprovar leis que beneficiariam o setor. A informação chegou ao
Ministério Público Federal (MPF) com a delação premiada do doleiro Álvaro José
Novis.
Além de Picciani, a Justiça determinou a condução
coercitiva do deputado Paulo Melo, que chegou por volta das 10h na sede da PF
para prestar depoimento.
Também são cumpridos 35 mandados de busca e
apreensão nesta terça-feira. Entre os alvos estão o gabinete de Jorge Picciani
na Alerj e a fazenda onde fica a empresa Agrobilara, que pertence à família
Picciani.
Felipe comanda o negócio, que tem como sócios o
pai, Jorge, e os irmãos Leonardo Picciani, ministro do Esporte, e Rafael
Picciani, deputado estadual.
A Agrobilara já foi citada em investigações da Lava
Jato por supostas atividades ilícitas na delação premiada de Jonas Lopes,
ex-presidente do TCE-RJ. Segundo a delação, a compra de gado foi usada para
lavar dinheiro de propina.
Em Volta Redonda, a PF fez buscas na casa de
Albertassi, onde foram apreendidos documentos, e em uma uma emissora de rádio
que pertence ao parlamentar. Em Saquarema, os agentes cumpriram mandatos
na casa e no escritório do deputado Paulo Melo.
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