O presidente Jair Bolsonaro chegou na tarde desta
quarta-feira (20), ao Congresso Nacional para entregar a proposta de Reforma da
Previdência dos militares. Ele não falou com a imprensa e seguiu para o
gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Estava previsto anteriormente que os
ministros da Economia, Paulo Guedes, e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo,
levassem a proposta, segundo as assessorias de imprensa dos dois
ministros. Guedes e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também
estão no Congresso nesta tarde para a entrega.
Bolsonaro chegou ao Brasil nesta manhã após visita
oficial aos Estados Unidos e, durante a manhã, discutiu com ministros e
técnicos a proposta da previdência dos militares. Antes de seguir para o
Planalto, ele recebeu o filho, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e em seguida
o ministro da Educação, Vélez Rodriguez.
A reunião também contou com a participação do
secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, do vice-presidente
e de ministros e dos comandantes das Forças Armadas. O encontro durou mais
de três horas e terminou por volta das 13h30. Nenhum dos participantes falou
com a imprensa e declarações só devem ser feitas no Congresso.
O dia de negociações
Jair Bolsonaro recebeu o texto antes de
embarcar de volta ao País e passou parte da viagem analisando duas versões do
texto.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a equipe
econômica defende junto ao presidente Jair Bolsonaro uma proposta de reforma
dos militares que garanta uma economia líquida de cerca de R$9 bilhões em dez
anos, já descontado o custo para aprovar a reestruturação das carreiras.
Para chegar a esse saldo positivo, os técnicos
precisaram apertar a proposta que muda as regras de aposentadoria para chegar a
uma economia de R$ 110 bilhões na primeira década. Inicialmente, a projeção do
governo era poupar R$ 92,3 bilhões com o projeto, como constou na própria
proposta apresentada em 20 de fevereiro.
CCJ
Na próxima terça-feira, 26, a Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara recebe o ministro da Economia, Paulo
Guedes, para explicar a proposta de PEC da Previdência. O acerto para a ida do ministro
já tinha sido antecipado pela Coluna do Estadão.
O ministro Guedes será a primeira autoridade do
governo a comparecer à CCJ para defender a proposta. A comissão marca um
momento importante na tramitação da reforma no Congresso. É nela, durante cinco
sessões, que se analisa se há algum dispositivo no texto que fere a
Constituição.
Sacrifício
Nesta quarta-feira, o vice-presidente da República,
Hamilton Mourão, disse à Globonews que a proposta do governo inclui
“sacrifícios” da parte das categoria, mas apontou que haverá compensações pelo
fato dos militares passarem mais tempo na ativa.
“O militares entendem muito bem o que é sacrifício.
Não queremos um tratamento distinto. Agora, a proposta traz mudanças nos tempos
de interstício entre os diferentes postos, com compensações, já que será
necessário ficar mais tempo na ativa”, explicou Mourão.
O vice-presidente rebateu as críticas feitas por
Rodrigo Maia, que insinuou que a categoria desejaria privilégios mesmo entrando
por último na reforma. “Maia não foi feliz. Ele com certeza precisa conhecer
melhor as Forças Armadas. Mas é a opinião dele”, respondeu, lembrando que o
Congresso irá discutir a proposta do governo e poderá alterá-la.
Mourão ainda minimizou boatos que circularam nas
três forças sobre versões equivocadas da proposta. “Também existem ‘fakes news’
nas Forças Armadas”, brincou.
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